Ontem, após o término da Jornada Imaginareia deu o que pensar e sentir sobre tudo que vivenciei no encontro. Fiquei com as imagens da paciente da Lury caminhando em meus pensamentos, acompanhar a trajetória de sua paciente em seus 4 anos de psicoterapia.
Da primeira imagem na caixa de areia, surge a falta de sentido, de um significado para a vida. Uma alma solitária com uma enorme ferida exposta, estar perdida. Senti o peso de uma alma agonizando em vida. Pensei comigo mesma, o que fazer diante deste sofrimento do outro que toca profundamente as minhas dores?
Aos poucos com cada construção na caixa de areia surgem mais figuras. Começa submergir as primeiras possibilidades de desejos, sonhos e a esperança que estava adormecida sobre o que se encontrava abaixo de tanta areia. Refletindo sobre mim mesma em vários momentos, pensava sobre o quanto foi difícil e trabalhoso fazer as minhas descidas... e "Deus" e meu psicoterapeuta sabem o quanto foi frustrante e cansativo insistir nesse novo nascimento. Inúmeras vezes, me sentia em um enorme deserto com poucos recursos, andando pelos dias e noites escaldantes, sem muitos recursos na pouca bagagem, provocando mais dor, insegurança, medo e dúvidas a cada passo adiante... mas depois de algum tempo nesses momentos de descida, eu não voltava de mãos vazias... esta foi a magia que me mantinha firme e atenta no caminho, Movida pela curiosidade desse deserto em mim, eu tinha muitos momentos silenciosos no exercício profundo de reflexão, uma luz até onde meus olhos alcançavam, de que talvez no tempo certo, eu iria colher algo importante, achar algo que me pertencia e com isto conseguir decifrar os enigmas...desfazer meus nós... aquela "coisa" que não permite a gente fluir em vários aspectos da nossa vida.
Ah! o tempo tem sido um mestre sábio em minha vida, me ensinou a cultivar a paciência, o respeito e a humildade para comigo mesma, cuidar da minha ferida com a ajuda do tempo. Tem me ensinado de que eu não deveria ficar mais nas mãos da ansiedade por respostas, dos porquês... aprendi a viver o mito presente em mim, com o entendimento do mito das "Horas" conhecido através de um professor de longos anos Cid Marcus e sua maestria em Mitologia trazia para meu conhecimento. Ele frisava muito a importância dessas deusas. Filhas de Zeus e Têmis que designam os espaços de tempo, representam as horas do dia como das estações do ano. Consideradas as "aias" dos Deuses ou Heróis, guardiãs das portas do Céu, sendo três delas mais conhecidas: Eunômia (crescimento), Dicéa (floração) e Irene (fruto), ao todo eram doze irmãs. Guardiãs da ordem natural, do crescimeto da vegetação, das estações do ano.
O trabalho terapêutico ao meu ver, tem as Deusas Horas trabalhando na nossa nova construção em nós durante todo processo. Sem o devido tempo, a pausa para o descanso, tempo de reflexão, o cultivar da paciência, outros cuidados, não é possível permitir a semente em seu estado natural ser plantada, desenvolver-se, crescer e vir a gerar seus frutos e flores. O tempo se faz necessário para trazer a luz de nossa consciência o novo ser que gestamos dentro de nós.
Olhando o ritmo de vida do ser humano atual verifico o contrário dessa forma saudável de viver. O humano, não tem a menor noção no que diz respeito ao significado e importância do tempo em suas vidas, e o que mais se vê é o seu acometimento em catástrofes, sofrimento em suas vidas e que muitas vezes atinge a outros pela falta de uma maior auto consciência de sua falta de limites.
Da primeira imagem na caixa de areia, surge a falta de sentido, de um significado para a vida. Uma alma solitária com uma enorme ferida exposta, estar perdida. Senti o peso de uma alma agonizando em vida. Pensei comigo mesma, o que fazer diante deste sofrimento do outro que toca profundamente as minhas dores?
Aos poucos com cada construção na caixa de areia surgem mais figuras. Começa submergir as primeiras possibilidades de desejos, sonhos e a esperança que estava adormecida sobre o que se encontrava abaixo de tanta areia. Refletindo sobre mim mesma em vários momentos, pensava sobre o quanto foi difícil e trabalhoso fazer as minhas descidas... e "Deus" e meu psicoterapeuta sabem o quanto foi frustrante e cansativo insistir nesse novo nascimento. Inúmeras vezes, me sentia em um enorme deserto com poucos recursos, andando pelos dias e noites escaldantes, sem muitos recursos na pouca bagagem, provocando mais dor, insegurança, medo e dúvidas a cada passo adiante... mas depois de algum tempo nesses momentos de descida, eu não voltava de mãos vazias... esta foi a magia que me mantinha firme e atenta no caminho, Movida pela curiosidade desse deserto em mim, eu tinha muitos momentos silenciosos no exercício profundo de reflexão, uma luz até onde meus olhos alcançavam, de que talvez no tempo certo, eu iria colher algo importante, achar algo que me pertencia e com isto conseguir decifrar os enigmas...desfazer meus nós... aquela "coisa" que não permite a gente fluir em vários aspectos da nossa vida.
Ah! o tempo tem sido um mestre sábio em minha vida, me ensinou a cultivar a paciência, o respeito e a humildade para comigo mesma, cuidar da minha ferida com a ajuda do tempo. Tem me ensinado de que eu não deveria ficar mais nas mãos da ansiedade por respostas, dos porquês... aprendi a viver o mito presente em mim, com o entendimento do mito das "Horas" conhecido através de um professor de longos anos Cid Marcus e sua maestria em Mitologia trazia para meu conhecimento. Ele frisava muito a importância dessas deusas. Filhas de Zeus e Têmis que designam os espaços de tempo, representam as horas do dia como das estações do ano. Consideradas as "aias" dos Deuses ou Heróis, guardiãs das portas do Céu, sendo três delas mais conhecidas: Eunômia (crescimento), Dicéa (floração) e Irene (fruto), ao todo eram doze irmãs. Guardiãs da ordem natural, do crescimeto da vegetação, das estações do ano.
O trabalho terapêutico ao meu ver, tem as Deusas Horas trabalhando na nossa nova construção em nós durante todo processo. Sem o devido tempo, a pausa para o descanso, tempo de reflexão, o cultivar da paciência, outros cuidados, não é possível permitir a semente em seu estado natural ser plantada, desenvolver-se, crescer e vir a gerar seus frutos e flores. O tempo se faz necessário para trazer a luz de nossa consciência o novo ser que gestamos dentro de nós.
Olhando o ritmo de vida do ser humano atual verifico o contrário dessa forma saudável de viver. O humano, não tem a menor noção no que diz respeito ao significado e importância do tempo em suas vidas, e o que mais se vê é o seu acometimento em catástrofes, sofrimento em suas vidas e que muitas vezes atinge a outros pela falta de uma maior auto consciência de sua falta de limites.
Os gregos tinham um conceito para falar dos que ultrapassam o limite: Hubris - tudo que passa da medida é descomedimento, uma confiança excessiva, um orgulho exagerado, a pressunção que termina sendo punida, um desprezo pessoal do que é alheio, a falta de controle sobre seus próprios instintos.... tais qualidades pertencem a Deusa Sofrósina, para essas pessoas é a falta de noção da virtude - da prudência, do bom senso e comedimento, que as fazem agir sem a consciência e responsabilidade pelos seus atos.
Finalizo com uma frase de Eurípedes, grande filósofo da Grécia que deixa claro como nossas emoções, quando não domadas e reconhecidas podem nos tomar por completo :
"Aquele a quem os Deuses querem destruir, primeiro deixam-no Louco".
LúKháyyám
Finalizo com uma frase de Eurípedes, grande filósofo da Grécia que deixa claro como nossas emoções, quando não domadas e reconhecidas podem nos tomar por completo :
"Aquele a quem os Deuses querem destruir, primeiro deixam-no Louco".
LúKháyyám
Nenhum comentário:
Postar um comentário