A vida não é só livre
arbítrio. Livre arbítrio é Decisão, é Escolha , a vida é também
Destino, porque Destino não é determinismo é Direção... deixando claro
que a nossa enorme Ilusão : é querer ter o controle total sobre a
própria vida, e ainda é pior quando temos a mesma atitude sobre a vida
de outros.
Agora é razoável dizer que o que quer que façamos,
os fatos ocorrerão como têm de acontecer. Não por uma questão de
“destino”, ou "escolha", mas porque a vida e a Natureza têm suas
próprias leis e elas não se dobram às nossas vontades. E não falta
arrogância na maioria dos seres humanos em relação a isso.
O
ser humano é um ser de hábitos, manias , privilegia o comodismo...
quando se pensa em livre-arbítrio, a nossa tendência é focar muito mais
na liberdade do que na escolha, sinto em dizer, mas a liberdade não é
infinita, as possibilidades humanas tem de ter um certo limite, limites
são necessários e extremamente saudáveis quando praticados com
consciência e responsabilidade sobre si mesmo e com os outros.
O nosso livre-arbítrio é, na verdade, uma responsabilidade diante das
circunstâncias, muito mais do que possibilidades infinitas de ação.
Todos nascemos sobre circunstâncias de lugar, tempo, isso é fato, e as
circunstâncias são a nossa realidade, as coisas simplesmente são o que
são.
A vida de cada um de nós tem uma missão, um caminho mais
fácil se assim aceitarmos com maturidade. Uma idéia é entender através
do rio, ele tem um destino, ou seja, uma direção. O rio não precisa se
esforçar para chegar ao mar, ele não tem dificuldade em ir pelos
declives e pelos caminhos abertos. Cada um de nós também tem uma
direção, uma missão, um serviço a cumprir, e não precisamos fazer enorme
esforço em nosso caminhar para realizarmos nossa missão de vida,
porque ir pelo caminho mais fácil é estar em harmonia com o que
gostamos de fazer, ter alegria com o que nos realiza, não importando se
teremos o reconhecimento de familiares, amigos, sociedade, mas se
dentro de nós sentirmos que o que realizamos é nossa verdadeira vocação.
Nossa mente, nossa consciencia não é capaz de enxergar muito longe e ao
mesmo tempo de perceber todos os detalhes acontecendo em nossa vida,
isso são os limites da nossa circunstância onde estamos, onde vivemos,
de nosso planeta, de nossa realidade social, cultural... é preciso se
afastar da experiencia do momento, subir para um lugar alto e de lá
observar o todo a nossa volta.
Carl G. Jung, o pai da
Psicologia Analítica descreve como nosso inconsciente tem capacidade de
“enxergar” muito mais do que a nossa consciência, como se estivesse
sobrevoando todas as coisas que nos circundam.
O inconsciente sabe
como é o nosso terreno, sabe quais são as coisas que existem à nossa
volta, mesmo que não sejamos capazes de ver conscientemente. Ele sabe
qual é o nosso caminho mais fácil, qual é a nossa direção, a nossa
missão de vida.
Jung defendia a idéia da perspectiva
teleológica do nosso inconsciente. Em realidade nossa psique está
direcionada para um determinado fim, que é a realização da nossa missão
de vida. O inconsciente tem uma perspectiva muito diferente de nossa
consciencia que é uma centena de vezes mais ampla que nossas
circunstâncias, e ele sabe quais são as pessoas, os livros, o momento e
as situações que devemos entrar em contato para realizarmos nosso
trabalho de realização pessoal... Jung chamou este Processo de
Individuação. Dentro de uma visão teleológica, não deveríamos nos
perguntar “por que” determinado fato nos acontece, mas sim “para que”
acontece.
Dessas colocações finalizo com uma frase de Vinícius
de Moraes : “ A vida sempre tem razão”.... assim é muito importante
sermos capazes de acolher o inesperado e o imponderável com confiança e
serenidade. A vida é um grande mistério e sempre íra em direção do
melhor caminho ...
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LúKhayyám